As redes sociais nasceram como ferramentas de conexão, troca de ideias e liberdade de expressão, mas o que se observa hoje é um cenário cada vez mais tomado por ofensas, julgamentos precipitados e agressividade verbal. O anonimato e a sensação de impunidade transformaram o espaço virtual em um campo de batalha de opiniões, onde o diálogo deu lugar ao ataque e o respeito desaparece diante da ânsia de “ter razão”. O que antes era usado para aproximar pessoas, muitas vezes, tem servido para dividi-las.
O comportamento humano nas redes revela o lado mais impulsivo e intolerante da sociedade. Xingamentos, ironias e comentários maldosos tornaram-se parte do cotidiano digital, e muitos esquecem que por trás de cada perfil há uma pessoa real, com sentimentos e limitações. Essa falta de empatia tem levado a casos graves de sofrimento emocional e até tragédias, quando o ódio virtual transborda para o mundo real. O discurso violento, ainda que travestido de “opinião”, destrói a convivência e o respeito que sustentam qualquer sociedade civilizada.
Mais grave ainda é perceber que esse tipo de comportamento passou a alimentar a própria mídia digital: páginas e perfis transformam brigas, humilhações e ofensas em pautas de entretenimento. A exposição da dor alheia virou conteúdo, e o ódio, audiência. É urgente resgatar o senso de responsabilidade e humanidade nas interações virtuais. Liberdade de expressão não é sinônimo de liberdade para ferir — e o verdadeiro exercício da cidadania digital exige o mínimo de empatia, respeito e discernimento.
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